Queiroz foi preso e isso calou Bolsonaro.
Foi comemorada na mídia oficial a aprovação, no último dia 24, do novo marco regulatório do saneamento básico que abre as portas para a privatização da água.
Esse parece ser o acordo: os empresários poderão ter controle sobre um bem público que pode lhes oferecer renda infinita (porque todos precisamos de água) e Bolsonaro não cai. Pode cair o filho, Flávio, ligado diretamente ao Queiroz no caso das rachadinhas, mas Bolsonaro fica porque possibilita ao empresariado a predação.
Porto Velho teve um Plano Diretor Participativo no primeiro semestre do ano passado. A prefeitura contratou técnicos referenciados do IBAM (Instituto Brasileiro de Administração Municipal), promoveu consultas, assembleias, oficinas e audiências para chegar a um Plano Diretor avançado, que, além de planejar e organizar a cidade, protegia a margem esquerda do rio Madeira da especulação imobiliária. O prefeito percebeu que o Plano Diretor ia contra os interesses do empresariado local e decidiu ignorar o resultado de muito estudo, construção coletiva e trabalho técnico.
Ontem o Conselho da Cidade votou se o Plano Diretor de 2019 seria publicado. O empresariado local se mobilizou para nem mesmo publicar o Plano Diretor. É como se ele não existisse. Porque só interessa ao povo.
O problema não é a pessoa de Bolsonaro, mas o mercado/empresariado que conduz o esvaziamento do Estado e de regulação.