sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Natal em família com os sem-família

Agnes decorou a árvore praticamente sozinha. Na véspera, ela e eu tínhamos conseguido comprar luzinhas (que oficialmente chama pisca-pisca) e antes disso ela e o pai tinham providenciado a árvore.
Enquanto ela pendurava enfeites em enfeites que ela pendurava na árvore, Luis e eu nos empenhamos em diminuir o número de caixas espalhadas pelo chão. Damián veio dia 24 e ajudou a colocar os armários de cozinha na parede: toda a louça subiu da caixa pro armário. Luis conseguiu acomodar todos os seus livros (mesmo que empilhados, porque temos poucas estantes e as prateleiras ficaram na outra casa).
Esse Natal foi o primeiro (de que Agnes talvez possa se lembrar depois) em casa. Antes dela completar o primeiro ano de vida, passamos o Natal em casa. Antes de completar o segundo, o Natal foi em Natal, numa viagem louca em que Agnes conheceu o mar. Antes de completar o terceiro, estivemos em Campinas, com a família do Luis. Agora foi aqui, logo depois da mudança. Dia desse ela teve um lapsus linguae e disse que estamos no hotel.
Luis tinha encomendado um peru na loja que nos vende ovo de pato e galinhas (no passado). Como o bicho era grande, demos uma festa pra compartilhar o peru. Damián, Trubiliano & Laura + Mathias estavam convidados pro almoço no dia 25, Binho & Elen + Emanuel também. Nesse sentido, o dia 24 foi de preparação para o dia 25.

E quando Agnes acordou no dia 25, encontrou presentes embaixo da árvore.
E aí chegaram os convidados e ela pôde brincar com o Mathias. Comeu pouco, mas brincou muito, de quase tudo: os brinquedos migravam do quarto pra sala pra mesa num ritmo acelerado.
Binho mandou mensagem dizendo que acordou com a família na porta de casa e por isso não conseguiu vir.
Um dos presentes da Agnes foi esse microfone que amplifica a voz (e dá microfonia, que ela soube aproveitar como se fosse percussão).
Quando Agnes e Mathias começaram a correr e gritar pela casa, nos demos conta de que ela precisava dormir (e como tinha passado da hora, ela estava elétrica). Mathias, contudo, não dorme de tarde e aproveitou pra brincar com o trem que Agnes herdou do Mathias (do Micha e da Helga).
Quando Cynthia, Fran, Heloisa, Edinaldo, Marcelo e eu nos reuníamos (ou um grupo menor desse grupo), nos identificávamos como os sem-família. Cynthia e Fran estão na Bahia, Heloisa já viajou pra perto da família, Edinaldo aposentou e sumiu, Marcelo saiu pra doutorado e não voltou. Agora os sem-família são outros.
Foto: Luis

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Mudança

Foi muito difícil encontrar uma transportadora que fizesse nossa mudança antes do Natal. Transoriental (que fez a minha mudança pra Santa Maria) só em janeiro. Confiança (que fez a minha mudança do Verona pra Vila da Eletronorte) estava com a agenda cheia. A Granero estava com a agenda lotada, mas não de mudanças: de programação interna. Negociei com eles por uma semana e consegui que a mudança fosse feita no dia 17. Toda vez que eu me comunicava com a empresa (por telefone, ao vivo ou por escrito), eles diziam que a mudança seria feita em 2 dias. Negociei desconto alegando que poderíamos levar algumas coisas de carro.
Vieram  buscar as nossas coisas na casa da Vila de manhã, quando eu estava no apartamento na Farquar, acompanhando a instalação do ar condicionado. O condomínio só permite que se coloque a condensadora (foto em cima) na sacada, mas não há parede que possa ser furada e onde a vaporizadora possa ser pendurada. A tubulação precisaria passar pelo vidro da porta da sacada. Não foi fácil achar um vidraceiro, e quando achei, ele fez o furo onde achou que ficava bom. Quando o instalador do ar condicionado veio pra tirar as medidas (ambos estavam agendados para o mesmo horário, mas o sujeito do ar atrasou), constatou que o furo tinha que ser mais abaixo, porque o dreno não pode fazer uma barriga, a água deve poder escorrer pra baixo. Chamei o vidraceiro de volta. Ele inverteu o vidro, colou o caco recortado de volta e fez o furo na marcação do instalador do ar. Aí, quando chegou o dia da instalação, o rapaz que tinha vindo tirar as medidas mandou só 2m de tubo, o que não deu pra chegar na condensadora. Tiveram que sair pra buscar 3m de tubo. Quando finalmente cheguei em casa, metade das coisas já estava embalado e em caixas.

Fiquei impressionada com a sujeira e quantidade de traças e teias de aranha acumuladas atrás e debaixo dos móveis. Os rapazes vinham me perguntar se tal objeto ia também, e eu levava a coisa pro tanque e lavava primeiro. De repente, na hora do almoço, a gerente ligou pro imediato que me comunicou que a mudança seria feita no mesmo dia. Fiquei escandalizada: não foi esse o combinado! Liguei pra Granero e conversei com o subgerente que tinha recebido ordens da gerente. O combinado era 2 dias. A portaria aqui e lá estão avisadas e preparadas pra isso. A Farquar é uma avenida movimentada, é preciso chegar cedo de manhã e garantir a vaga do caminhão com cones. De tarde não vai dar pra achar lugar pra encostar e o condomínio tem horário pra mudança terminar.

Depois de muita argumentação, consegui voltar ao plano inicial. A equipe tinha almoçado marmita no caminhão e se esticado no jardim. O horário de almoço foi até 14h e às 15h eles encerraram o serviço. Quando eles saíram, nos demos conta de qua tinham levado até o que não deviam: o sofá deveria ter ficado, a bacia grande pra levar tudo que estava dentro da geladeira também.

Uma cama de casal, a geladeira, o fogão e uma mesinha que ficava do lado da máquina de lavar tinham ficado. Pra Agnes, a situação de acampamento foi novidade. Sentamos em pilhas de livros em volta da mesinha, jantamos cogumelos e fomos dormir. Eu fiquei encafifada com o lance de levar tudo no mesmo dia, se teria dado tempo. E o dia seguinte amanheceu chovendo e eu tive certeza que era castigo divino pela minha teimosia de manter o plano inicial.

Aí eu fui na Farquar colocar os cones e vi os primeiros raios de sol. Enquanto isso, os últimos móveis foram acomodados no caminhão já lotado. Voltei e saímos junto com o caminhão. Deixamos Agnes na escolinha e chegamos antes do caminhão na Farquar. Como eles só podiam usar um elevador, um deles ficava em cima, outro embaixo e assim eles levaram o dia inteiro pra subir as coisas. Sério: começaram a descarregar às 9h e terminaram às 17h. Como é que ia fazer mudança no mesmo dia?
Essas fotos foram tiradas há alguns dias. A paisagem aqui já mudou bastante, mas ainda convivemos com as caixas, objetos quebrados e incógnitas das mais variadas naturezas. Quase todo dia, voltamos à Vila pra pegar plantas, roupas, cabides e coisas deixadas.
Tivemos que cancelar a internet porque não estavam querendo transferir o plano antigo do Luis de R$ 20,- pra cá (diziam que o endereço apresentava impedimento). Mas quando eu ligava e pedia pra adquirir um plano novo de internet por R$ 150,- eles diziam que tinha um bloqueio no endereço, mas que dava pra resolver. Só hoje entendi como o meu celular pode jogar internet pro meu computador.

sábado, 14 de dezembro de 2019

Polinizadores

Faz um ano a nossa pérgola está com maracujás em flor. E somente agora as flores evoluíram para frutos. Não são muitos frutos: 4 - e todos azedos, a julgar pelo formato. Onde estão os polinizadores de flores de maracujá?

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Filtros

Lou-Ann Kleppa

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Tchau Oi

Ultimamente, quando nosso telefone fixo recebia chamadas, era de pessoas que diziam "Alguém?" e aí caía a ligação. No entanto, na maior parte das vezes, a ligação simplesmente caía. Como o telefone tocava em horários inconvenientes e costumava não ser ninguém, tiramos o fio do telefone - e não sentimos falta dele.

Nossa conta de telefone fixo estava 50% mais cara que a conta de telefone celular.

Vamos mudar de casa e decidimos não levar o telefone fixo.

Em 2012, quando me mudei pra Santa Maria, fui na loja da Oi no centro e pedi pra cancelar o telefone. A atendente me deu um papel que eu assinei e não insistiu nenhum pingo que eu mantivesse a linha ou a relação com a Oi. Não peguei fila nem passei dificuldades pra conseguir o desligamento.

Ontem fui na loja da Oi no Shopping, porque a loja do centro fechou. Me disseram que tinha que ligar no 10314 e fazer o cancelamento pelo telemarketing. Liguei e achei estranho que a voz automatizada me oferecia duas opções: cancele imediatamente por meio de atendente ou cancele em 2 dias, sem intermediação de atendente. Preferi cancelar imediatamente.

Demorou umas duas músicas pra eu ser atendida. Um rapaz com sotaque mineiro atendeu e perguntou se eu queria mesmo cancelar.
Sim.
Por que?
Vou mudar de casa.
E não vai instalar lá?
Não.
Ok, perfeito. Para que eu possa prosseguir com o cancelamento, preciso fazer algumas perguntas. Vejo aqui que a senhora está pagando uma faixa de R$ 60  pelo telefone fixo. Como a senhora já tem um longo relacionamento com a Oi, aparece aqui pra mim uma oferta de (XY condições) por R$ 40.
Querido, eu quero cancelar esse telefone. Não me ofereça descontos.
Mas é que essa ligação está sendo gravada e eu preciso seguir o protocolo, senhora. Eu não consigo chegar ao final do processo de cancelamento sem passar por essas telas aqui que oferecem condições melhores. Por favor, senhora, quando eu terminar, diga sim ou não, pode ser?
Não quero continuar com telefone fixo.
Apareceu pra mim (condições ABC) por R$ 30. A senhora aceita?
Não.
A senhora vai mudar para outro local no mesmo estado? Vai mudar o DDD?
Sim, vou pro Tocantins!
Ah, entendi. Apareceu aqui (condições XZ), por R$ 15. O que me diz?
Não.
Tudo bem. A senhora quer mesmo ficar sem os benefícios de um telefone?
Sim, quero cancelar.
Senhora, apareceu aqui (condições YG), por R$ 10. Vai querer?
Não.
Tudo bem, agora preciso que a senhora me forneça um número de telefone para que possamos enviar o protocolo de finalização do procedimento de cancelamento.
Não vou dar nenhum telefone, pra vocês ficarem fazendo propaganda.
Eu preciso de um número, senhora, senão não finaliza aqui.
(inventei um número)
Obrigado, senhora. A Oi agradece e tenha um ótimo dia.
Tchau, Oi!

domingo, 8 de dezembro de 2019

Bodas de açúcar

Convidamos amigos pra passar a manhã e almoço no Jairo e eles toparam. Primeiro passamos no Edison, buscamos gelo e atravessamos a ponte. Quando chegamos, Valdir já estava na frente do portão (fechado), com o telefone na mão.

Todos desceram do carro, inclusive as coisas. Valdir e Luis se ocuparam da mesa e do fogo, Agnes ficou brincando com o Edison - que ela não conhecia. Eu voltei pra buscar Emanuel, Vao e as três crianças: Gabriel, Cecília e Augusto. Ainda procuramos álcool, porque tinha muito material molhado na fogueira.

Quando Agnes viu as crianças, se animou toda e entrou na brincadeira deles. Luis e eu percebemos o cordão umbilical afrouxando. Tentei dar comida pra Agnes, ela não quis, Luis tentou, foi difícil. Daqui a pouco Agnes chamou "mãe" e foi pedir peixe pra Vao.

Chegou Damián, cansado e faminto e logo em seguida se achegou o Fabão - que sempre esteve por lá, a gente é que tinha pouco contato. Fabão foi entrando na conversa, ia lidando com o suspense e a curiosidade dos ouvintes e contou histórias e causos. Depois do almoço, Agnes anunciou que essa era a festa de casamento de 6 anos do papai e da mamãe. Foi uma festa surpresa para os convidados.
Foto: Edison Arcanjo
Antes de dar o soninho pós-almoçal, fomos fazer trilha. Só até o brejo, por causa das crianças. Na volta, os três irmãos foram guiando e se achando muito responsáveis pelo nosso destino, afinal eles conseguiram nos trazer de volta pra casa do Jairo.

Foto: Edison Arcanjo

sábado, 7 de dezembro de 2019

Pensar "por escrito"

Arte: Leidijane Rolim
Fui convidada a participar da VII Semana Acadêmica de Biblioteconomia da UNIR que aconteceu no IFRO entre os dias 02 e 06 de dezembro, em comemoração aos 10 anos do curso de Biblioteconomia da UNIR. Minha fala foi curta, no último dia: sobre a EDUFRO e as tarefas de um editor e de uma editora universitária e também sobre o meu livro sobre sinais de pontuação. Acho que o que mais iluminou o rosto do público foi o lema da EDUFRO: pensar por escrito.

Arte: Leidijane Rolim

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Lançamento do livro na Unir Centro


Aconteceu ontem, no auditório da Unir Centro, o lançamento do livro "Onze sinais em jogo". Representando o Departamento de Letras Vernáculas, Lucas Khalil, o chefe de departamento, apresentou a mim e suas impressões sobre a obra. Sua fala versava sobre o retorno que esse livro representa para a comunidade acadêmica: trata-se de um livro didático (incomum) sobre um assunto pouco explorado no ensino.

Condensei aqui a minha fala na mesa:

Esse livro é fruto de uma experiência vivida em sala de aula. Sou professora de língua portuguesa fora do curso de Letras e de linguística dentro do curso de Letras. Percebi que os alunos não usavam uma variedade grande de sinais de pontuação – na verdade, usavam basicamente o ponto e a vírgula nos textos que me entregavam. Passei a incorporar os sinais de pontuação na minha agenda e a ensinar como funcionam.

O primeiro sucesso dessa brincadeira foi apresentar os sinais de pontuação aos alunos, fazer com que eles se interessassem pelos sinais e pensassem no seu uso.

Outro passo, menos explícito, era assimilar a função dos sinais de pontuação: trata-se de recursos gráficos que organizam o texto escrito.
O que não se aprende nas escolas é que, para entender a função dos sinais de pontuação, é preciso ter clareza da constituição da sentença. É preciso acomodar elementos inseridos, encaixados, deslocados ou invertidos. Há quem defenda que os sinais de pontuação sejam fenômenos linguísticos que protegem e evidenciam a integridade da sentença. Ou seja, para entender de pontuação, é preciso entender de sintaxe. 

As categorias de certo e errado não fazem sentido no universo da ciência, em que se tenta descrever dados e explicar fenômenos. O que tentamos fazer é chegar na formulação de regras, de regularidades, de normas – que fazem parte do que é considerado normal. Essas regras mostrarão que a língua não é caótica, que, em se tratando de comunicação, não estamos diante de um vale-tudo. A tarefa do linguista é investigar a complexidade da língua e dos processos linguísticos.

Depois das falas, tivemos um coffee break no hall externo (Agnes queria cantar parabéns, porque pra ela era festa) e fiz dedicatórias (eu confesso que no começo estava insegura, mas acho que consegui fazer algumas bem bonitas) para aqueles que adquiriram exemplares do livro.

Como o livro é pequeno, já recebi hoje retornos entusiasmados :) de quem esteve no lançamento ontem. Agradeço pela oportunidade de mostrar o trabalho!

domingo, 24 de novembro de 2019

Trilha e peixe com banana

Pegamos o Valdir no posto da Farquar com a Costa e Silva, atravessamos a ponte e fomos no Jairo. Damián já tinha feito fogo e sabia onde estava a grelha. Colocamos o peixe na brasa e fomos fazer trilha. Damián e Valdir iam abrindo a trilha, que há muito estava abandonada. O mateiro ia vendo açaís, bacabas, tucumãs e pupunhas. O ciclista se empenhava em retirar da trilha os espinhos (de pupunha e tucumã). Nós observávamos flores e frutas.
Uma passiflora

Não conhecemos esse fruto
Tínhamos o tempo contado por causa do peixe na grelha e dum compromisso posterior, por isso eu ficava controlando o tempo. Damián dizia que o nosso destino era logo ali, mais 100 metros. E assim caminhamos até a antiga casa de farinha.
Ficamos lembrando do Narcísio e das vezes que ele fez essa trilha com a gente.

Na volta, eu pensei: já abriram a trilha, voltaremos mais rápido do que viemos. Só que Valdir e Luis engataram na conversa e diminuíram o ritmo. Damián e eu chegamos antes, colocamos os tubérculos na brasa e viramos os peixes.
No último domingo, uma banda (metade) de tambaqui tinha alimentado cinco adultos e uma criança (mas tinha banana, farinha e salada); dessa vez, havia três bandas de tambaqui pra quatro adultos e uma criança (e banana, mandioquinha e batata doce).

Frutos

Acerola

A mangueira

Dendê

Sementes


Casa de sementinhas que abre e fecha conforme a temperatura/umidade
Essa é a flor

Agnes no Parque Ecológico brincando com sementes

Essa é de uma flor roxinha que parece um trompete

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

No blog da Editora da Unicamp

Tem uma resenha bem bacana. Aqui.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

Manga e mosca

A quantidade de mangas amanhecidas no chão foi aumentando de 1 pra 3 pra 7 bacias cheias. A população de moscas foi crescendo conforme a produção de cascas foi aumentando e conforme a mucura (gambá) vai deixando restos de manga por aí.
No freezer (que o pessoal aqui chama de "a friza") as mangas "tomaram de conta". Eu passo horas descascando e cortando manga, jogo no liquidificador e coloco nesses plásticos. Não cabe mais nada no freezer.
Os vizinhos, os guardas, a faxineira, a escola, o rapaz que corta grama, as estagiárias, os amigos, as faxineiras da biblioteca e as bibliotecárias já ganharam manga (alguns, mais de uma vez). Com o rapaz que vende abacaxi ali na esquina, eu troco uma sacola de manga por 2 abacaxis.

domingo, 17 de novembro de 2019

terça-feira, 5 de novembro de 2019

Onze sinais em jogo


Quais são os sinais de pontuação? Cada autor (de manual, gramática, livro didático ou mesmo infantil) apresenta sua lista. O que fazem esses sinais? Cada autor apresenta regras e exemplos. Por que existem? Aí já é preciso acompanhar a história da escrita e do livro. Como se aprende a usá-los? Escrevendo, experimentando e observando. Neste livro, em que o sistema dos sinais de pontuação está em jogo, cada um dos onze sinais tem um capítulo – em que vira personagem, poesia, metalinguagem. Os sinais de pontuação não são entendidos como marcadores de pausas ou melodia, mas como organizadores do texto escrito que cumprem basicamente três funções: separar, delimitar e marcar.

O livro foi aprovado no Edital 2018 da Editora da Unicamp, que era voltado para livros didáticos. Como editora da EDUFRO, eu tenho a obrigação moral de publicar por outra editora que a da minha universidade. Agora o livro está pronto e à venda no site da Editora da Unicamp. Pelo site, dá até pra ler as 20 páginas iniciais do livro.

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

1m

O pediatra mediu a Agnes ontem e deu um metro.
Um metro de gente de 3 anos e meio.
Dentro desse metro, cabem tantos outros de alegria, bagunça, choro, descoberta, brincadeira, revolta, simpatia, energia e outras coisas que não acabam de completar a descrição.

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Os usos sociais do rio

No domingo, fomos a Santo Antonio. Lá tem a igrejinha que sobreviveu a tudo, lá é o ponto de Porto Velho mais próximo da usina de Santo Antônio, lá fizeram o Museu Rondon, lá passava a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Descemos do carro e fomos em direção ao rio. Achamos uma trilha que passava por dentro da cerca que isola o rio Madeira, ao qual as pessoas tinham acesso livre antes das usinas.
 Eis que chegamos bem perto do rio
e percebemos que não estávamos sozinhos. Nas pedras grandes, escuras e antigas, que ficam submersas no tempo da chuva, havia muitos pescadores. Luis foi invadido pela saudades da Cachoeira de Santo Antônio, que era bem aqui, onde construíram a usina.
Ficamos observando o movimento de barcos que vinham pescar, de pescadores que puxavam linha, puxavam tarrafa e traziam cardumes de pacu pra pedra.

Da parede da usina à cidade, passando pelos pescadores nas pedras.